domingo, 23 de maio de 2010

Um sopro de vida

Trata-se de uma redação cujo o tema é: "Doenças da civilização humana".

     É questionável dizer que construímos uma civilização quando sofremos de transtornos físicos e mentais. O homem dedicou-se por séculos às inovações de máquinas, negligenciando a si próprio. Nessa contraditória “caminhada evolutiva” o ser humano estaria preparado para ocupar-se com as mazelas psíquicas que o estão degradando?

     Funcionalmente, a criação de mecanismos que acomodam as pessoas visam otimizar o tempo delas. Alimentos industrializados são mais baratos, abundantes e fáceis de obter - por exemplo. Entretanto, a busca crescente pela praticidade tornou menos saudável a população, que, em geral, apresentou um alto índice de obesidade, diabetes, hipertensão e depressão. O episódio dessa odisséia elevou os custos da saúde pública e trouxe à baila o pensamento de Oscar Wilde, em o “Retrato de Dorian Gray”, que, considera a autofagia inerente às conquistas obtidas pelo homem.
     O Behavorismo Radical, proposto por Burrhus Skinner, busca entender o comportamento a partir das relações evolutivas e do ambiente em que o individuo vive. Sendo assim, os traumas e psicoses de Adolf Hitler estão para as atividades excessivas e os medos da sociedade moderna; assim como, as dúvidas de Alice, personagem de Lewis Carrol, sobre onde estava e quem era, estão para a nossa alienação no “status quo”.
     Enquanto procriamos novas tecnologias e engrenagens mais evoluídas, a sociedade procura por um divã nos bares e lojas de “fast foods”. E, como num vício insaciável, condena seu modo de vida às estressantes filas. Acomodados com esse panorama, esperamos que o racionalismo e o materialismo que moldaram essa situação revertam tais circunstancias. Muito embora, ironicamente, só careçamos de cuidar do que é relativo a nós. Por conseguinte, ganhamos um sopro de vida, mas agora, de vida própria.

Lendo agora, me parece superficial... Bem, é isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário