domingo, 23 de maio de 2010

A prática das leis

"Tema do Enem 2009/2010: O indivíduo frente a ética nacional"

     A palavra ética, do grego ethos, está relacionada à moral. Esta, por sua vez, diz respeito às normas e aos valores que norteiam uma sociedade. Sendo fundamental para a organização de um país, os indivíduos deste fazem uso desse substantivo em suas legislações a fim de compilarem as normas de conduta que devem ser respeitadas e os direitos dos cidadãos. Entretanto, observa-se certa banalização das diretrizes do Brasil; a começar pelos seus líderes, que representam o povo brasileiro desdenhosamente.
     Entre 1964 e 1985, o país dos trópicos viveu sob a ditadura. A população, limitada pelas imposições militares, discursava reivindicando sua liberdade de expressão. Muitos foram presos e torturados em nome da pretendida autonomia. Com o término desse período, lançou-se a Constituição de 1988, agora, com o sonhado caráter liberal e democrático. Ou seja, a união da nação em favor da norma ética, promulgou uma nova fase de ascenção política-econômica nacional. A efetivação dessa conquista, no entanto, é um impasse.
     Em 1991, o impeachment do presidente Fernando Collor gerou certa inquietude nos brasileiros; assim como o mensalão, em 2006, no governo do atual presidente Luís Inácio Lula da Silva. Diferentemente do período ditatorial, a população não está em comícios lutando pela "retidão" dos seus governantes. A beleza da ignorância eloquente, colocada pela escritora Lia Luft, é condizente com a passividade dos cidadãos - que se revoltam com a corrupção nos 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário) e satisfazem-se só com sua indignação.
     Nesse contexto, é necessária a conscientização de que a imobilização diante dos atos antiéticos faz o país regredir e torna a luta de brasileiros a cerca de 30 anos em vão. É preciso fazer jus à democracia e ao emblema da bandeira do Brasil também denunciando casos que transgridem a constituição vigente. "Ordem e progresso" é um título diretamente proporcional à prática das leis que vigoram. Afinal, Montesquieu, que criou a divisão do poder em 3, não a fez para simplesmente rotular e dividir os governantes, embora no Brasil exista essa indesejada conotação.

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