domingo, 21 de dezembro de 2008

Eufemismo Rulez.

"Tarde cinza é não te ver/ Oceano, te olhar/ Sudoeste quer dizer/ Chuva de vento no mar. Onde anda o meu viver/ Quero vê-lo voltar/ De mãos dadas com você/ Lá na beirinha do mar..." (8


Existe eufemismo para amar demasiado? Por favor, se alguém souber, deixem sugestões.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Destinatário: Amiga Érica.


Poderia responder-te com versinhos e entrechos o que é um amigo, mas tu bem o sabes. Ora, se isso não fosse verdade, poderia dizer-te que finjes bem esse dom da boa-fé, do companheirismo e da sensatez. Consideraria de muito bom gosto tal escolha em manejar uma amizade com tanto cuidado e carinho. Mas sem futuro do pretérito. Tu és, de fato, boa nisso. Sem falar que, junto a essas projeções, teus pormenores são mais amenos ainda. O modo delicado como tu delineas tuas próximas palavras, a maneira como tu moldas teus instintos e os impele à realidade. Tens, com muita moderação, um diadema - sim - adornado com gardênias e revestido de ouro, pois tua graciosidade e jeito sublime te fazem dignas de tal fidalguia. E, ainda que numa vida tortuosa e oblíqua, tu "tiras de letra" as maldizências e, como mulher crescida que és, ris de soslaio e ergue a cabeça sutilmente. Destarte, assumas que isso é ser amigo: dar o melhor de si, ser exemplo e lutar com o outro no bom combate. A demagogia é abominável.
Isso é o que tu deixas nítido e transpareces até nas atitudes mais singelas. Mas, enfim, queria deixar-te claro que nada, nem ninguém podem contrariar tuas aptidões e a vocação que a vida te premiaste. Haja o que houver, o tempo foi fiel contigo e te trouxe, depois de muitos ensaios, uma novela digna de admiração e de ser assistida. Talvez tu penses que as provas que passaste feriram tua consistência e rasgaram teu juízo; e tentes me convencer de que teus propósitos são mais cruéis que dantes... e que, só tu podes compreender a dimensão de tuas dores e sufocos.
Perdi até o fio da meada. Desculpe, costumo ser prolixa - tu me conheces. O que queria dizer mesmo é que, de todas as formas, e de todos os ângulos, posso ter em ti segurança e uma força singular. Como se eu pudesse sorver tua essência e, então, ser alguém mais forte e melhor. De tudo o mais, tu és- de maneira positiva - uma inspiração para mim. E espero que sejas para todos os que tiverem a delícia de provar do teu encanto. Termino aqui meu ócio criativo. Eu te amo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Monólogo.

Sabe, tem horas em que penso em fugir; fazer uma viagem de segundos com destino a qualquer lugar do mundo que possa me assegurar reviver todos os meus bons momentos. Penso sim e pretendo encontrar coragem para embarcar num devaneio desses e ter uma aventura digna de ser lembrada.
Tenho vontade de criar um Eu mais independente, ousado e dono-de-si; bom o suficiente para usar de suas engrenagens juvenis e despistar os oradores dos enredos mentirosos dos finais de semana. Sobretudo, questiono a minha mudança súbita quando desejo tanto por este caminho e escolho por outro a fim de seguir a caminhada infeliz e sem-graça de minhas tardes de dezembro. Parece dramático, mas pior que isso é viver tal melodrama.
Não, não acho a vida um episódio a ser jogado fora. E não desgosto dela. Só que a minha, particularmente, deveria ter um pouco mais de tempero. Talvez para mostrar o parque de diversões que se esconde no interior dela e salientar suas qualidades invisíveis aos personagens secundários participantes dessa peça de teatro. Não quero evidenciar o lado sombrio escondido em cada um de nós, misteriosos seres ditos comuns. Sou comum até nesse ponto, pois sei que existem outras pessoas que se locomovem e respiram as interrogações de sua atmosfera duvidosa - assim como eu. O que queria mostrar é, nada mais, nada menos, que a minha necessidade de honrar o papel que me foi dado; de assumir meu caráter espontâneo e causador de... Deixa pra lá. Não quero ser comum, mas já o sou. Não me basta ser mais uma a seguir regras e aceitar tantas imposições. Preciso de novas motivações ou, pelo menos, patrocínio às que tenho agora.
Não tô louca, prometo. É que quando verbalizamos os ecos de nosso inconsciente, não acreditamos que haviam tantas coisas sem sentido a serem expelidas. Não foi de forma tão graciosa que tentei fazê-lo. Não sou boa com as palavras; elas saem esvoaçadas de dentro de mim. Espero que não tenha entendido nada. Não quero que tema minha cruel dúvida de ser quem eu sou hoje.