domingo, 24 de maio de 2009

DER TRAÜME IST SÜSS

Saudade do que não aconteceu.
Saudade da dor que doeu e se recolheu.
Saudade do medo que temeu.
Saudade da esperança que um dia se desvaneceu.
Saudade do olhar que castanho é,
Das olhadelas, do sorriso soslaio,
Da pele ‘branca como o mármore’,
‘Fria como o gelo’.
Saudade do calor do corpo que não senti, das palavras proferidas que nada diziam no tudo.
E das mãos e dedos longos que sonhei entrelaçar.
“Sister golden hair”.

Nada tão “reconfortante” quanto o afago sonhado,
O abraço não dado,
As frases não ditas,
As notas não ouvidas.
Que falta faz o desejo pujante de conhecer o I interior.
A alma dissonante,
O coração harmônico,
As cordas afinadas de sua verdadeira voz.
Vontade de possuir os tons
E a melodia que vibram aqui dentro, mas que de mim
Não fazem parte.

Essa canção que sustenta e guia,
Alimenta, e toca; é concreta,
É tocável, palpável.
Sussurros na madrugada
São os ecos da distância que nos separa.
Ou, talvez, que nos une.
Não estou ao seu lado,
Mas em devaneios,
Divagações,
Pensamentos,
Tudo se dissipa.
Eis o olhar eterno,
O toque das mãos,
A candura que transmite
Sua presença.
Saudade. Mas, agora, tudo é tarde.

Ao menos as lembranças,
A vontade de ver a fita vermelha...
Chocolate ao leite.

Sudetos, Mark Knopfler, Yvaine e Tristan, Gonçalves Dias, Química, Física, Matemática, Telefone, Desculpas, Entrelinhas, Coração aos pulos, Biblioteca,  Tristão e Isolda, “Ein ganzer summer”, Fernando Pessoa, Palio. Poesia parnasiana, Simbolista, Árcade, Realista... Uma miscelânea; Malabarismos românticos. Estrelas e Lua. A frustração de não tê-las vivido, O ódio por não tê-las entendido, Mas a razão de tê-las ouvido. Agora, bilaquiando. É doce o sonho.

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